Animado com a música do trailer, cantada por Raul Seixas e que também dá nome ao filme, fui assistir “Não pare na pista”, que conta a trajetória de Paulo Coelho até se transformar no segundo autor mais traduzido do mundo.
A fita revela as dificuldades, as experiências e as transformações pelas quais passaram o imortal brasileiro até acertar o alvo e emplacar “O Alquimista”, o seu primeiro sucesso literário.
Determinado, desde muito jovem queria ser escritor e perseguiu essa convicção enfrentando a resistência do pai, que desconfiava ser alguém capaz de sobreviver de literatura, segundo ele, uma não profissão.
Até encontrar o seu lugar no mundo, Paulo Coelho fez um longo percurso. Rebelde e contestador, ele enfrentou o seu genitor em diversas situações, foi várias vezes internado em clínicas psiquiátricas e submetido a tratamentos de choque. Além disso, fez incursão pelas drogas ilícitas, lançou-se no movimento hippie e em aventuras sexuais na década de 1970; foi encontrado por Raulzito “Maluco Beleza” Seixas, e virou seu parceiro letrista de canções marcantes que nos embalam até hoje.
Curioso e sempre atento aos sinais da vida, identificou-se e foi ordenado Mestre da Ordem Católica de RAM (Rigor, Amor e Misericórdia), percorreu o Caminho de Santiago de Compostela e, nesses processos, apurou o seu talento em contar histórias de forma simples, as quais mexeram e continuam mexendo com os sentidos de milhões de pessoas das mais distintas nacionalidades.
Como produto cinematográfico, “Não pare na pista – A melhor história de Paulo Coelho” me agradou porque estampou com sinceridade os lados pouco conhecidos do Mago das letras. Ou será do Alquimista das palavras? Por aqui, fico. Até a próxima.
Serviço:
Não pare na pista – A melhor história de Paulo Coelho, Brasil/Espanha, 2014
Direção: Daniel Augusto
Roteiro: Carolina Kotscho
Produção: Carolina Kotscho e Iona de Macedo
Duração: 112 minutos
Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos
Trailer oficial: https://www.youtube.com/watch?v=MzT5WtCtG5k
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.
