COP30: líderes internacionais pedem reconstrução da confiança na ciência para acelerar a ação climática
No pavilhão chileno, a secretária-geral da organização meteorológica mundial, Celeste Saulo, liderou o chamado global para restaurar a confiança e avançar rumo a uma diplomacia científica eficaz

Belém – Em meio a um cenário global marcado pela desinformação e pelo avanço do negacionismo climático, a COP30 inaugurou um de seus painéis mais aguardados: "Diplomacia Climática: Restaurando a Confiança na Ação Climática", uma conversa de alto nível realizada no Pavilhão Ciência para a Ação Climática, um espaço coorganizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o IPCC e a Fundação MERI, braço científico da Filantropia Cortés Solari e da Université Côte d'Azur.
O encontro reuniu atores-chave do multilateralismo, governos e bancos de desenvolvimento para enfrentar um desafio urgente: como reconstruir a confiança pública na ciência para desbloquear a ação climática global.
A confiança como condição para avançar
A Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo, foi clara ao abrir o painel: "A diplomacia climática deve estar firmemente ancorada em evidências científicas e colaboração entre países e setores."
Segundo organizações como a OCDE, a legitimidade do conhecimento científico enfrenta pressão crescente, enfraquecida pela polarização e pelos discursos negacionistas. Na COP30, essa preocupação foi instalada como uma questão central.
Do Chile, a presidente executiva da Filantropia Cortés Solari e da Fundação MERI, Francisca Cortés Solari, destacou o papel estratégico do Sul Global e a necessidade de rearticular a ciência como força motriz do diálogo internacional.
"A ciência deve novamente ser a base do diálogo internacional. Sem confiança, a cooperação se fragmenta e a ação para. Restaurar a credibilidade das evidências é restaurar a esperança", disse ela.
Multilateralismo, bancos e governos em conversa
O painel reuniu vozes de alto nível de organizações multilaterais, bancos de desenvolvimento e governos:
- Celeste Saulo, secretária-geral da OMM
- Francisca Cortés Solari, presidente executiva da FCS
- Abdalah Mokssit, secretário do IPCC
- Luciana Costa, diretora de infraestrutura, transição energética e mudanças climáticas no BNDES
- Julio Cordano, diretor de meio-ambiente e assuntos oceânicos, ministério das relações exteriores do Chile
- Jorge Concha, diretor de operações e finanças verdes da CAF
O secretário do IPCC, Abdalah Mokssit, enfatizou a necessidade de aproximar o conhecimento dos cidadãos: "A ciência deve ser compreensível e acessível aos cidadãos. Sem divulgação, não há incidente."
Na conversa, os painelistas concordaram que o futuro da diplomacia climática dependerá da integração do rigor científico, comunicação eficaz e colaboração intersetorial para reduzir a lacuna entre conhecimento e políticas públicas.
O painel reafirmou a missão do Pavilhão Ciência para a Ação Climática: torná-lo um espaço onde ciência, filantropia, setor público, setor privado e academia convergam para impulsionar soluções baseadas em evidências.
Coorganizada pela OMM, IPCC, Fundação MERI – Filantropia Cortés Solari – e a Université Côte d'Azur, a reunião foi consolidada como um dos marcos iniciais da presença chilena na COP30.
Sobre a Filantropia Cortés Solari (FCS)
Filantropia Cortés Solari (FCS) lidera um dos ecossistemas de filantropia estratégica mais relevantes da América Latina. Por meio de seus três pilares – educação, ciência e cultura – promove um modelo de desenvolvimento sustentável baseado em evidências científicas, criatividade e colaboração.
Seu braço científico, a Fundação MERI, desenvolve programas de pesquisa marinha e conservação da Patagônia e da Amazônia, enquanto a Fundação Caserta promove a educação socioambiental e a formação de líderes conscientes. Do Chile, o FCS promove uma diplomacia de confiança, onde ciência, ética e cooperação se unem para transformar a ação climática global.
Envolverde





