Presidente do Kiribati afirma que é muito tarde para salvar seu país do avanço do oceano

Foto: UNICEF
Foto: UNICEF

A nação insular de Kiribati, formada por 33 ilhas e lar de 100 mil pessoas, deverá estar totalmente inabitável até 2050, fazendo do país o primeiro Estado a desaparecer devido o aumento do nível do oceano provocado pelo aquecimento global.

Em uma entrevista para a CNN, o presidente Anote Tong reconheceu que os impactos já vistos das mudanças climáticas são severos e que não há mais esperanças de que qualquer ação para reduzir as emissões de gases do efeito estufa impeça Kiribati de ser engolido pelo mar.

“Seja qual for o acordo que façam Estados Unidos e a China, não terá consequência para nós. Já é muito tarde. Somos o canário do mundo”, afirmou Tong, fazendo menção ao pássaro que era enviado para o fundo das minas para testar a presença de gases tóxicos, sendo assim sempre o primeiro a morrer.

Para Tong, todas as nações insulares, como as Maldivas, Tuvalu e as Ilhas Marshall, deverão também desaparecer em breve.

“Temos tido inundações severas em todas as ilhas. No começo deste ano, tivemos marés altas sem precedentes, que destruíram a costa e muitas propriedades. Nosso vizinho, as Ilhas Marshall, também declararou estado de emergência”, disse.

“O mais preocupante é a frequência com que está acontecendo esse tipo de fenômeno. Cada vez mais comunidades sofrem com a invasão do mar em seus reservatórios de água potável e nos campos agrícolas”, completou.

Sobre o que a população do país vai fazer, o presidente diz que não está descartando nenhuma opção, incluindo a proposta de empresas japonesas de construir ilhas artificiais.

“Temos muitos planos. Estamos considerando todas as ideias possíveis, por mais irreais que sejam”, afirmou.

Uma das opções mais prováveis será a migração em massa, sendo que no começo deste ano Fiji anunciou que cederia parte de seu território para alocar todo o povo do Kiribati se for necessário.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.