Por Marcia Hirota*

Muitas pessoas têm a falsa impressão de que a Mata Atlântica está restrita àquelas grandes áreas de florestas distantes das cidades. Na verdade, ela está muito mais perto do que a gente imagina. Somos 145 milhões de pessoas que habitam as 3.429 cidades do bioma, entre elas algumas das maiores do país. O Rio de Janeiro é um belo exemplo.

Moramos na Mata Atlântica e dependemos dos serviços por ela prestados, como a regulação do clima, abastecimento de água, fornecimento de recursos para a economia, qualidade de vida e bem-estar. Entretanto, do mesmo jeito que usufruímos desses benefícios, também pagamos um preço alto por ter destruído cerca de 90% da sua área original.

Os motivos para tamanha devastação recontam a própria história do Brasil. Mas, do mesmo modo como nossa história se confunde com a da Mata Atlântica, nosso futuro também depende dela, o que faz da conservação e recuperação do bioma um desafio coletivo. Já parou para pensar como seria sua vida, sua rua e sua cidade se vivesse num local onde cuidar do meio ambiente fosse uma prioridade?

Existem inúmeras formas de contribuir para um ambiente melhor, principalmente se pensarmos naquele local onde vivemos e que pode ser mais sadio e equilibrado. É nisto que a SOS Mata Atlântica acredita, que cada um pode fazer algo, individual ou coletivamente. Para reunir histórias de gente que faz a diferença, criamos o portal www.gpsmataatlantica.org.br, uma ferramenta para as pessoas compartilharem suas causas e se conectarem em rede com outros que também desenvolvem iniciativas ambientais. E como tem sido surpreendente observar a quantidade de jovens engajados lutando por causas nobres.

São tantas histórias inspiradoras que, em maio passado, numa parceria com a Fundação Roberto Marinho, nos reunimos no Museu do Amanhã para conhecer algumas dessas soluções inovadoras. Ali ouvimos sete jovens que apresentaram suas causas: o Marcelo Rebelo, que desenvolveu uma plataforma que viabiliza a revitalização de praças públicas; a Celina Hissa, fundadora de uma empresa de moda que investe no artesanato e estimula os consumidores a repensarem seu consumo; a Flávia Rego, coordenadora de um projeto de turismo ecológico; o Tom Adnet Moura, educador ambiental que trabalha com o tema da conservação dos recursos hídricos; o Christian Engelmann, criador de um aplicativo que indica pontos de coleta para descarte de resíduos; o Deloan Perini, que desenvolveu um modelo inovador de agricultura para cidades de pequeno porte; e o Iago Hairon, que abordou o incentivo ao ativismo ambiental entre jovens. Com um público formado igualmente por jovens e apresentação do Serginho Groisman, foi um momento de reflexão e muito brilho nos olhos para o amanhã que desejamos.

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Esses jovens empreendedores estão plantando sementes para germinar esse sonho coletivo por um ambiente melhor para todos. No que depender deles, e de tantos outros que estão contribuindo em prol desta causa, nosso futuro (e o da Mata Atlântica) está garantido.

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* Marcia Hirota é diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, ONG brasileira que desenvolve projetos e campanhas em defesa das Florestas, do Mar e da qualidade de vida nas Cidades. Saiba como apoiar as ações da Fundação em www.sosma.org.br/apoie.

**Publicado originalmente em O Globo e retirado do site SOS Mata Atlântica.