Mais de 90% das empresas identificam riscos relacionados a água, diz estudo

Botões de controle para tubulações de água. Foto: Reprodução/ Shutterstock
Botões de controle para tubulações de água. Foto: Reprodução/ Shutterstock

A questão da água tem sido discutida intensamente pelo setor industrial. Na América Latina, os desafios relacionados a esse precioso recurso têm aumentado cada vez mais, colocando sobre a indústria da mineração uma pressão adicional para uma gestão sustentável da água.

Além disso, especialistas apontam que tanto o excesso de água, na forma de enchentes, quanto a falta do recurso contribuem para a redução dos lucros de diversas formas, entre os quais os atrasos nas emissões de licenças para que as empresas operem, os danos à infraestrutura e a interrupção na produção.

O estudo Finding the blue path to a sustainable economy destaca ainda que o “business as usual” das atuais práticas de gestão da água pode colocar aproximadamente US$ 63 trilhões – ou 45% do PIB mundial projetado – em risco até 2050.

Atento a esse cenário, o Carbon Disclosure Project (CDP) fez uma análise das questões críticas enfrentadas pela mineração na terceira edição do LatAm Mine Water Conference, realizada nos dias 27 e 28 de agosto em Lima, no Peru. Na ocasião, a diretora do CDP Latin America, Juliana Lopes, apresentou exemplos de como as empresas do setor são afetadas pela questão da água e seus impactos para os negócios e à comunidade.

Escassez de água

“A escassez de água representa riscos para os negócios e investidores à medida que pode limitar o crescimento e colocar em riscos as licenças para operar. Por meio do reporte ao CDP, as empresas podem identificar e gerir riscos, bem como gerar valor para seus acionistas e para a sociedade mudando a sua postura frente questões globais relacionada à água a partir de processos produtivos e modelos de negócios inovadores”, destaca Juliana.

De acordo com dados do relatório Metals & Mining: a sector under water pressure, do CDP, mais de 90% das empresas que reportaram à organização identificaram exposição a riscos físicos, institucionais e regulatórios da água, sendo seus impactos esperados dentro dos próximos cinco anos.

O relatório destaca ainda que mais de 40% do valor das participantes têm como base as reservas das commodities e a habilidade de explorá-las. Essas empresas afirmaram ainda que os riscos associados à água podem impactar de forma severa o fluxo de caixa.

* Publicado originalmente no site EcoD.