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Rio de Janeiro e Banco Mundial lançam inédito Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade

Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro foi lançado nessa segunda-feira (18).

Rio de Janeiro, Brasil, 18/06/2012 – A Cidade do Rio de Janeiro e o Banco Mundial lançaram hoje, durante a Cúpula dos Prefeitos – evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável-Rio+20 –, um programa pioneiro na esfera municipal para colocar em prática ações para o desenvolvimento de baixo carbono da cidade.

Certificado de acordo com a norma ISO, o Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro auxiliará o município no monitoramento e contabilização dos investimentos de baixo carbono e das ações de mitigação de mudanças climáticas em diferentes setores. O programa representa um modelo de negócio que pode ser aplicado em várias cidades ao redor do mundo. As cidades são responsáveis por 2/3 do consumo mundial de energia e 70% das emissões de gases do efeito estufa.

A iniciativa ocorre em momento oportuno, uma vez que a cidade do Rio de Janeiro vem recebendo grandes investimentos, especialmente no setor de infraestrutura, em função da Copa do Mundo em 2014 e das Olímpiadas em 2016. O programa contribui para que o Rio cresça de maneira sustentável num contexto de baixo carbono, respeitando os recursos naturais da cidade.

“O Rio de Janeiro é lider na área de mitigação de mudanças climáticas. Fomos a primeira cidade brasileira a fixar metas concretas e ousadas de redução das emissões de gases do efeito estufa. No final desse ano, o Rio já terá reduzido em 8% suas emissões. Até 2020, serão 20%. Temos um amplo inventário de emissões e, com o apoio do Banco Mundial, estamos lançando um método transparente e confiável para contabilizar todas as atividades de mitigação da cidade”, disse Eduardo Paes, Prefeito do Rio de Janeiro.

A meta do Rio de Janeiro é garantir 2,3 millhões de toneladas de reduções de emissão até 2020, o que equivale a 20% das emissões do município em 2005. Esta meta será alcançada por meio de uma série de projetos e políticas, que já começaram a ser implementadas como a duplicação da rede de ciclovias da cidade, a inauguração do primeiro dos quatro corredores exclusivos do sistema de transporte BRT (Bus Rapid Transit) e a politica de universalização do saneamento básico na Zona Oeste, área mais populosa da cidade.

Agora, através do Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro será desenvolvida uma estrutura para coleta e análise de dados com o intuito de promover projetos de baixo carbono e, ao mesmo tempo, quantificar e validar as reduções de emissão. Estas reduções poderão ser utilizadas na contabilização das metas do Rio ou comercializadas na forma de créditos de carbono. A princípio, o programa incluirá dois projetos piloto nas áreas de florestas urbanas e transportes urbanos não-motorizados (bicicletas), englobando outros setores futuramente.

“Estamos honrados por ter o Rio como parceiro-chave na abordagem de duas das grandes tendências do século XXI: a urbanização e as mudanças climáticas”, disse Hasan Tuluy, Vice-Presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe. “A certificação ISO para um programa municipal de mudanças climáticas com tamanha abrangência é inédita, fazendo com que o Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro seja um modelo de negócio que a mitigação de mudanças climáticas nas cidades”.

A maior floresta urbana do mundo

O Rio de Janeiro abriga a maior floresta urbana do mundo (19.000 ha). Nos últimos 28 anos a cidade vem conduzindo um amplo programa de reflorestamento e manutenção. Até 2016, a meta da cidade é reflorestar até 1.300 hectares de áreas degradadas.

O novo Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro permitirá a quantificação do carbono armazenado e sequestrado anualmente nessas florestas utilizando uma ferramenta inovadora chamada iTree. Além da quantificação do carbono, a ferramente possibilitará medir a contribuição das árvores urbanas para a redução das necessidades de aquecimento e resfriamento para as edificações, a remoção de poluentes atmosféricos e a diminuição no risco de deslizamentos, dentre outras variáveis. O projeto piloto do Programa relacionado às florestas urbanas também ajudará a qualificar a mão-de-obra na coleta de amostras e análise florestal por meio de parcerias com as agências florestais do Brasil e Estados Unidos, ONGs locais e equipes de reflorestamento do município do Rio.

Promovendo o transporte urbano cada vez mais verde

Com uma população aproximada de 6 milhões de habitantes, o transporte motorizado responde por quase 70% das viagens no Rio de Janeiro e cerca de 45% das emissões totais da cidade. O município está implementando um sistema público de bicicletas compartilhadas, ao mesmo tempo ampliando suas ciclovias. A utilização de métodos alternativos de transporte contribuirá para reduzir os congestionamentos no Rio e a melhorar a segurança e mobilidade de todos os residentes. O Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro auxiliará na medição das emissões reduzidas resultantes da expansão do sistema de bicicletas compartilhadas e da ampliação das ciclovias.

Futuramente o Programa deverá englobar outros setores como os corredores expressos de ônibus (BRT), políticas de reciclagem, eficiência energética em edifícios e iluminação pública, dentre outros.

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O Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade do Rio de Janeiro foi concebido conjuntamente pela administração municipal do Rio de Janeiro e o Banco Mundial, com apoio financeiro do Grupo de Prática de Mudanças Climáticas do Instituto Banco Mundial por meio de seu Programa Assistência ao Financiamento de Carbono.

A DNV KEMA Energia e Sustentabilidade confirmou a adequação do Programa com os requerimentos do novo Protocolo de Avaliação do Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da Cidade, o qual inclui as normas ISO 14064-2 e ISO 14001.

O Programa é administrado pela Prefeitura do Rio; o Instituto Pereira Passos (IPP), baseado no Rio, será responsável pelo armazenamento dos dados relativos às reduções de emissão gerados sob o Programa.

Contatos:

Banco Mundial

No Rio: Juliana Braga (+55 61) 3329-1099, [email protected]
Em Washington: Patricia da Camara, (+1 202) 473-4019, [email protected]

Rio Prefeitura

No Rio: Carol Medeiros (+55 21) 2976-3175, [email protected]

* Publicado originalmente no site TerraViva.