Entre consumo e sustentabilidade

Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, em debate sobre consumo sustentável no Instituto Alana. Foto: ©Renata Franco/Instituto Alana
Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, em debate sobre consumo sustentável no Instituto Alana. Foto: ©Renata Franco/Instituto Alana

 

O desafio de equilibrar consumo e sustentabilidade. Esse foi o tema da conversa entre Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, e Marcelo Sodré, membro do Conselho do Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana. Com a sala lotada, Kumi explicou a importância de se discutir as questões ambientais e a relação destas com os atuais padrões de consumo.

Hoje, consume-se 1,5 vezes o que o planeta tem para oferecer. E se o atual modelo de consumo não for repensado, a expectativa é de que até 2030 estejamos consumindo dois planetas Terra. Para agravar, a distribuição dos recursos acontece de maneira desigual fazendo com que mesmo com todo o hiperconsumo ainda exista uma elevada porcentagem da população sem acesso à recursos básicos.

“Não podemos lidar com nossos problemas ambientais se não considerarmos consumo e crescimento populacional. São duas faces de uma mesma moeda”, disse Naidoo. O diretor-executivo do Greenpeace Internacional continuou afirmando que “precisamos equilibrar produção e consumo e isso é uma tarefa difícil porque exige mudança de comportamento. Claro que a tecnologia oferece algumas maneiras de eficientizar o consumo, mas ela também tem custos e não é uma solução por si só.”

O debate ainda tocou sobre questões essenciais como a legitimidade do desejo de consumo, exclusão social, cidadania, publicidade e liberdade de expressão. Ao final, Sodré perguntou “você se considera otimista?”, ao que Naidoo respondeu que apesar de enxergar de forma crítica muitos dos problemas socioambientais contemporâneos e a falta de ação política tão necessária para promover mudanças, “acredito que ainda podemos vencer uma vez que esta é a única escolha que podemos fazer. Como indivíduos, temos que agira para preservar nossos filhos e neto nos comprometendo e fazendo o máximo que podemos.”

* Publicado originalmente no site Greenpeace.