Professora da rede municipal de São Paulo cria Academia de Letras para motivar a leitura

Há oito anos, a professora de Língua Portuguesa Maria Sueli Fonseca Gonçalves criou uma atividade para estimular o hábito da leitura em seus alunos. Ela montou a Academia Estudantil de Letras – AEL, inspirada na tradicional Academia Brasileira de Letras – ABL. A ideia era promover um jeito diferente de ensinar Literatura às crianças e aos jovens, de uma forma que pudesse motivá-los a ler.

Assim como na ABL, os alunos ocupam a titularidade das cadeiras. “É uma autêntica Academia de Letras. Os alunos escolhem autores da Literatura para representar na AEL. São os seus amigos literários. Fazem pesquisas sobre eles, promovem seminários, participam de eventos culturais, relacionam-se com escritores e poetas, começam a produzir seus próprios textos e a participar de concursos literários”, contou a professora.

O projeto lúdico teve início na Escola Municipal de Educação Fundamental Padre Antônio Vieira, em São Paulo. Hoje, é adotado em 22 escolas municipais. Mas, escolas de fora da capital, instaladas em Guarulhos (SP), Poá (SP), Ferraz de Vasconcelos (SP) e Apodi (RN), também se interessaram pelo modelo e começaram a fazer parte do projeto. “Constam, ainda, na internet, registro da Academia Estudantil de Letras em Tijucas (SC) e Quixadá (CE)”, disse a idealizadora.

Como parte do projeto, os alunos participam de encontros de Literatura e de teatro, em aulas fora do horário regular. As aulas de Literatura são ministradas por professores da própria escola, tanto da primeira quanto da segunda etapas do ensino fundamental.

As aulas de teatro têm formato semelhante, mas são ministradas por professores habilitados em Artes Cênicas. Eles preparam os alunos para a Mostra Anual de Teatro da Academia, na qual são apresentadas peças adaptadas de obras-primas da Literatura. Além de desenvolver o gosto pela leitura, o projeto também desenvolve outros valores, tais como o respeito, a convivência pacífica e harmoniosa, a solidariedade e a amizade.

Recentemente, a iniciativa foi apresentada no Fórum Social Mundial 2013, realizado na Tunísia. O projeto, segundo Maria Sueli, também tem despertado o interesse de professores italianos, que desejam compartilhar a experiência. “A leitura é essencial em todos os lugares do mundo e transmitir o gosto por essa atividade para crianças e jovens torna-se vital para o desenvolvimento de qualquer nação”, ressaltou.

* Com informações do portal Terra.

** Publicado originalmente no site Blog Educação.