AVC pode desencadear a Doença de Parkinson

Tremores, rigidez muscular e lentidão nos movimentos são os principais sintomas.

Em abril de 2005, o mundo observou o Papa João Paulo II, aos 84 anos, já debilitado e com dificuldades na fala, abençoar os fiéis no Domingo de Páscoa pela última vez. Já o ator brasileiro Paulo José, 75 anos, vem perdendo gradativamente a dicção e alguns movimentos do corpo, além de travar uma batalha diária contra uma doença com a qual foi diagnosticado em 1992. Instituído em 11 de abril, o Dia Mundial de Combate à Doença de Parkinson, objetiva reduzir o número de casos e auxiliar no controle e minimização dos efeitos.

As pessoas com mais de 70 anos são as mais atingidas pelo Parkinson, porém, a incidência da doença pode ter início a partir dos 50 anos, visto que a enfermidade é degenerativa e surge com a longevidade, segundo o doutor Rubens Gagliardi, professor de Neurologia da Faculdade da Santa Casa de São Paulo. “As causas do Parkinson ainda são desconhecidas; o que se sabe é que ela ocorre por meio da degeneração das células situadas em uma região do cérebro responsável pela produção de dopamina”, revela.

A dopamina atua como uma molécula que modula os movimentos do indivíduo. Uma vez advinda a diminuição ou carência dessa substância, a vítima demonstra sintomas como tremores, rigidez muscular e movimentos muito lentos. Em alguns casos, o paciente pode apresentar esses três indícios juntos ou apenas um deles, dependendo também do grau da patologia.

“Alguns fatores ambientais, como infecções e pessoas que já tiveram um Acidente Vascular Cerebral (AVC), podem desencadear o Parkinson”, alerta o especialista. Quando há o aumento gradual dos sintomas, é comum surgir quadros de depressão, dificuldade para deglutir alimentos, contudo, não afeta o intelecto.

Controle

A doença não tem cura, mas pode ser controlada rigorosamente por meio de medicamentos à base de dopamina, que auxilia na redução dos efeitos. O ideal é que o paciente utilize substâncias que provoquem o menor efeito colateral possível, após o diagnóstico clínico no qual o especialista relata e avalia o histórico do indivíduo, a evolução da patologia e a resposta aos remédios.

“É essencial que a pessoa com Parkinson não deixe de realizar atividades rotineiras. Com o tratamento adequado, os sintomas da doença são minimizados e o sujeito leva uma vida praticamente normal”, diz o Dr. Rubens Gagliari. A prática de exercícios físicos, a fisioterapia e o sono adequado também são medidas preventivas não apenas para a doença de Parkinson, mas para muitas outras.

* Publicado originalmente no site Saúde em Pauta.