Sociedade

Educação para a sustentabilidade: dos métodos às questões da vida real

Por Rodrigo Berté* 

Fala-se muito sobre a transversalidade na Educação. Esse diálogo surgiu a partir da análise crítica dos métodos de ensino, que envolvem o que se compreende por aprendizagem e também os conteúdos que são ensinados durante o processo de educação formal.

Analisando especificamente a Educação Ambiental, é possível observar que a prática educativa está relacionada à possibilidade de estabelecer uma relação entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados, com métodos, e às questões da vida real e suas transformações.  Ou seja, aprender na realidade e da realidade, construindo um espaço novo de aprendizagem e de debates frente aos conflitos socioambientais.

Assim, torna-se indispensável olhar a questão socioambiental na íntegra, valorizando a necessidade de relação com diferentes disciplinas e conteúdos. Isso sem esquecer a aplicação desses conhecimentos, de forma imediata, principalmente no entorno escolar. A questão socioambiental está diretamente ligada à realidade mais próxima, do cotidiano, da vida social dos nossos alunos.

Explorando a característica transversal do meio ambiente, nesse processo educativo, fica clara a necessidade da integração do aprendizado de conteúdos com valores e atitudes positivas na construção de um efeito multiplicador. O processo de avaliação da educação para a sustentabilidade, do ponto de vista do cidadão, deve considerar um recorte do quadro socioambiental em que a comunidade escolar vai além dos resultados pedagógicos: ela colabora com o enraizamento da escola na comunidade. Isso significa trabalhar os vínculos de identidade com o entorno socioambiental.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

 

Diante disso, é preciso considerar a relação da escola com o ambiente em que ela se insere. Acreditamos que o corpo social da escola exerce intervenções na realidade local, sendo conectado com as questões mais amplas da sociedade e com os movimentos de defesa da qualidade do ambiente, incorporando-os às suas práticas e relacionando-os aos seus objetivos.

Deste modo, é desejável que a prática da transversalidade vá além das ações pedagógicas em sala de aula, ou seja, os alunos devem conhecer a realidade local, estabelecendo relações e contatos para fins educativos. É possível trabalhar todo o currículo com práticas socioambientais. Essa é a premissa da transversalidade, com ênfase na visão global e com ações locais, bem como na construção da identidade do sujeito planetário de uma sociedade globalizada, que precisa e deve valorizar as riquezas naturais e culturais do seu entorno. (#Envolverde)

* Rodrigo Berté, diretor da Escola Superior de Saúde, Meio Ambiente, Sustentabilidade e Humanidades e por Dinamara Machado, diretora da Escola Superior de Educação, ambos do Centro Universitário Internacional Uninter.