Ambiente

FAS recebe prêmio internacional pela melhoria da qualidade de vida e conservação ambiental

Premio-Calouste-GulbenkianPrêmio de 250 mil euros recebido da Fundação Calouste Gulbenkian será destinado a projetos de desenvolvimento sustentável em comunidades da Amazônia.

Por Redação da Envolverde – 

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é a grande vencedora do Prêmio Calouste Gulbenkian 2016, da Fundação Gulbenkian, nome de seu idealizador que deixou os bens em testamento para a criação da entidade há mais de 60 anos. A Fundação Gulbenkian é uma das mais prestigiosas da Europa, abrigando uma destacada orquestra sinfônica e um museu com notável acervo de artes plásticas – dentre outras iniciativas.

No valor de 250 mil euros, o Prêmio foi entregue nesta quarta-feira (20/07), às 14h30 (horário de Brasília), no anfiteatro da Fundação, em Lisboa. Estavam presentes o atual presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa e o ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio, além do presidente da Fundação Gulbenkian, Artur Santos Silva. O Prof. Virgílio Viana, superintendente-geral, e o Prof. Neliton Marques, vice-presidente do Conselho de Administração daFAS representaram a instituição na solenidade de premiação, que terminou com apresentação da Orquestra Sinfônica Gulbenkian.

Segundo o presidente da Fundação Gulbenkian, Artur Santos Silva, “o Prêmio Calouste Gulbenkian distingue um indivíduo ou instituição cujos pensamentos ou ações contribuam de forma decisiva para um impacto significativo na compreensão, defesa ou promoção dos valores universais da condição humana, ou seja, o respeito pela diversidade e diferença, uma cultura de tolerância e a conservação do meio ambiente na relação do homem com a natureza”.

O júri do Prêmio Calouste Gulbenkian, presidido por Jorge Sampaio, nomeou a FAS, entre mais de 100 candidaturas internacionais de 2016, pelo seu destaque na defesa e valorização da floresta amazônica, promovendo o envolvimento sustentável, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas do Estado do Amazonas.

O júri enalteceu a ação da FAS que, “operando numa zona mundialmente tão crítica como a Amazônia desenvolve projetos para reduzir o desmatamento, preservar a biodiversidade, contribuindo para melhorar a qualidade de vida das populações tradicionais”. O júri enfatizou que “esta distinção representa um sinal forte da importância das questões ambientais principalmente pelo acordo histórico sobre as mudanças climáticas assinado, na ONU, por um número recorde de países”.

Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS, falou sobre a importância do Premio Gulbenkian, que será investido integralmente nos programas e projetos desenvolvidos pela FAS: “foi com enorme satisfação que recebemos a notícia de que fomos agraciados com prêmio tão sério e respeitado internacionalmente como o Gulbenkian. Esse prêmio é fruto do trabalho de uma equipe apaixonada, séria e competente, que tem se mostrado capaz de vencer os enormes desafios relacionados com a promoção do desenvolvimento sustentável, em especial à conservação ambiental e a melhoria da qualidade vida das populações ribeirinhas da Amazônia profunda. É uma honra poder compartilhar esse prêmio com toda a equipe da FAS, nossos conselheiros, parceiros, amigos e as 574 comunidades ribeirinhas onde atuamos”.

O Prêmio Gulbenkian

O Prêmio Calouste Gulbenkian é entregue anualmente a uma instituição ou a uma pessoa que tenha se distinguido na defesa dos valores essenciais da condição humana. Pela primeira vez este prêmio está sendo destinado a uma organização socioambiental.

O prêmio foi concedido pela primeira vez em 2012 à West-Eastern Divan Orchestra, a formação liderada por Daniel Barenboim, tendo nos anos seguintes, contemplado, respectivamente, a Biblioteca de Alexandria (2013) e a Comunidade de Santo Egídio (2014), e a Denis Mukwege (2015), o médico congolês que tem dedicado a sua vida a assistir mulheres vítimas de violação na República Democrática do Congo.

O Júri do Prêmio Calouste Gulbenkian é composto por Jorge Sampaio (Presidente), Vartan Gregorian (Carnegie Corporation, EUA), Comandante Pedro Pires (ex-Presidente da República de Cabo Verde), SAR Princesa Rym Ali da Jordânia (fundadora Jordan Media Institute), Antônio Nôvoa (ex-reitor da Universidade de Lisboa) e Mônica Bettencourt-Dias (investigadora Instituto Gulbenkian de Ciência).

Fundação Amazonas Sustentável

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira não governamental, sem fins lucrativos, de utilidade pública estadual, sediada em Manaus. Fundada em fevereiro de 2008, pelo Banco Bradesco em parceria com o Governo do Estado do Amazonas, tem como missão promover o envolvimento sustentável, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas do Estado do Amazonas. A entidade conta com o apoio do Bradesco, Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Coca-Cola Brasil, UNICEF, além de outras 118 parcerias em programas e projetos.

A FAS tem uma séria política de transparência e eficiência no uso dos recursos, sendo auditada semestralmente pela PwC, uma das maiores empresas de auditoria do mundo. Além disso, as atividades da FAS são avaliadas pela curadoria de fundações do Ministério Público do Amazonas e pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas. Além disso, a FAS tem sido objeto de avaliação de diversas auditorias internacionais e pesquisas acadêmicas independentes sobre o desempenho dos seus programas.

A FAS já recebeu diversas premiações relevantes, dentre as quais cabe destacar o Prêmio Gestão Ambiental no Bioma Amazônia (2016), Prêmio Hugo Werneck (2015), Prêmio Von Martius de Sustentabilidade (2014), Prêmio Objetivos do Milênio (2014), dentre outros.

A FAS implementa três principais programas. O Programa Bolsa Floresta, beneficia mais de 9.400 famílias ribeirinhas do Amazonas, com 4 componentes que incluem investimentos em geração de renda (manejo florestal, pesqueiro, sistemas agroflorestais, empreendedorismo etc), infra-estrutura comunitária (água potável, energia etc), fortalecimento de associações de moradores de unidades de conservação – além de pagamento mensal feito às mães de família.

O Programa de Educação e Saúde apoia 545 alunos matriculados em nove unidades de conservação, e tem o objetivo de contribuir para o aprimoramento das políticas públicas municipais, estaduais e federais, com foco em projetos de formação de professores, qualificação profissional, empreendedorismo, atenção integral à primeira infância e aos direitos das crianças e adolescentes, intercâmbio de saberes, incentivo à leitura, reciclagem de resíduos sólidos e práticas agroecológicas.

O Programa de Soluções Inovadoras desenvolve projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em cadeias produtivas sustentáveis, monitoramento ambiental e apoio ao desenvolvimento de mecanismos inovadores e políticas publicas relacionadas com REDD+ e PSA, nas esferas estadual, nacional e internacional. Atua em Manaus, por meio da Virada Sustentável e Fuá. Além disso, atua na cooperação internacional, com ênfase para os países amazônicos, sediando a secretaria executiva da United Nations Sustainable Development Solutions Network (SDSN) para a Amazônia. (FAS/ #Envolverde)